Na última semana de janeiro de 2025, o Hospital Carlos Fernando Malzoni continua em alerta devido ao expressivo aumento dos casos de dengue, que reflete diretamente nas internações hospitalares. Segundo o médico infectologista do hospital, Dr. André Pelosi Alves, a situação é preocupante, com mais de 118 internações por dengue registradas até o dia 28 de janeiro. “Esse aumento significativo evidencia a seriedade da doença e a necessidade urgente de medidas preventivas”, declara Dr. André.
Nos últimos meses, os atendimentos no Pronto Socorro relacionados à dengue demonstraram uma tendência de alta alarmante. Em novembro de 2024, foram atendidos 58 casos, crescendo para 128 em dezembro, e surpreendentemente, mais de 902 casos até o dia 28 de janeiro de 2025. “A gravidade se intensifica à medida que aumenta o número de casos, exigindo internação na UTI quando necessário”, complementa Dr. André.
No dia 27 de janeiro, a Prefeitura emitiu um comunicado informando que abriu atendimento extra exclusivo para suspeitas de dengue. A Secretaria de Saúde contratou dois médicos, em horário extraordinário nos dias úteis (das 17h às 22h) exclusivamente às pessoas com suspeitas de dengue. Nos finais de semana, essas unidades funcionam das 8h às 17, exclusivamente para casos de suspeita de dengue.
Locais de atendimento:
1) UBS do Bairro Alto (Rua Pedro Bigal, 1530)
2) Centro Médico do Centro (Postão) (Av. Vinte e Oito de Agosto, 465).
Esta ação é uma alternativa para evitar a superlotação do Pronto Atendimento do HCFM.
A coordenadora do Centro de Controle de Infecção Hospitalar e Núcleo Hospitalar de Epidemiologia, Fabiana Masalskiene, destaca que este cenário é aviltante, se comparando com janeiro de 2024. “O contraste com o ano passado, quando tínhamos pouquíssimas internações, reforça a necessidade da consciência e precauções efetivas de todas as pessoas”, afirma Fabiana.
Os testes ainda não confirmaram quais sorotipos estão circulando em Matão, mas independente disso, Dr. André explica que um indivíduo pode ser acometido pela doença até 4 vezes, sendo que precisamos estar em vigilância para qualquer sorotipo, pois o que estiver em maior circulação na cidade pode aumentar o risco de reinfecção. “É importante eliminar criadouros e usar repelentes adequadamente para prevenção”, aconselha ele.
Fabiana Masalskiene reitera que “no ano de 2024 circulou na cidade o sorotipo 1 e 2, e em 2025 estamos aguardando os resultados dos exames que foram enviados ao Instituto Adolfo Lutz”.
O médico enfatiza que a colaboração com agentes de endemia é essencial. “Observar e receber instruções dessas visitas é vital para lidar corretamente com os potenciais criadouros domésticos de mosquitos”, instrui Dr. André.
Com este cenário, Denise Minelli, superintendente do HCFM, reforça a mensagem para que as pessoas utilizem o serviço dos postos para desafogar o Pronto Atendimento do HCFM. “Com o apoio do poder público, há mais médicos disponíveis e horário extra exclusivos para o atendimento da dengue. Rogo à população para que em caso de suspeita de dengue, procure os postos disponibilizados, para evitar a superlotação do nosso PA e PS. Juntos vamos vencer essa batalha”, conclui.
O Hospital Carlos Fernando Malzoni segue empenhado em enfrentar este desafio sanitário, clamando pela cooperação comunitária para controlar a proliferação do mosquito e reduzir os casos de dengue.